
Apoiada pela grande torcida brasileira em Foxborough, a seleção finalmente se livrou do México. Em seu último amistoso antes das eliminatórias para a Copa do Mundo, a equipe venceu por 3 a 1, de virada, e encerrou um tabu três anos diante de um adversário contra quem possuía um recente retrospecto desfavorável.
A equipe de Dunga esteve em casa. Espalhada pelas cidades nos arredores de Boston, a colônia brasileira se fez presente no Gillette Stadium. Os torcedores desembolsaram de US$ 30,00 a US$ 150,00. Foram 67.584 espectadores que praticamente lotaram a arena e deram bastante apoio aos ídolos.
Os mexicanos se dispuseram a jogar no erro dos rivais e se defenderam bem com um desempenho seguro de sua dupla de zaga e do goleiro Ochoa. Mas o Brasil conseguiu superar essa retranca com bom aproveitamento no jogo aéreo e em lançamentos precisos de Ronaldinho Gaúcho.
No primeiro tempo, a seleção comandou as ações do confronto, até pela postura bem cautelosa dos mexicanos, que se basearam em meio-campo recuado, em busca de um desarme para ligar o contra-ataque.
Para lidar com esse adversário fechado e com Kaká e Robinho pouco inspirados, o ataque brasileiro dependeu em demasia da criação de Ronaldinho Gaúcho. O jogo pelas extremidades do campo era pouco explorado. Daniel Alves e Kléber dificilmente foram à linha de fundo.
Posicionado como um meia tradicional, o astro do Barcelona caprichou em seus lançamentos. Em um deles, aos 14min, colocou Kaká de frente para o gol, mas o goleiro Ochoa foi esperto e saiu rápido para tirar a bola do rival. Na sobra, Vágner Love chutou fraco, travado, e Magallón pôde tirar a bola com certa tranqüilidade para escanteio. Foi o segundo gol que o atacante do CSKA Moscou perdeu. Sua primeira chance havia saído aos 10min, quando adiantou demais a bola na grande área e não pôde finalizar. Foram as melhores oportunidades brasileiras.
Os mexicanos se comportavam bem na retaguarda, à espera de encaixar um bote contra os adversários. Ele veio aos 42min, quando Daniel Alves falhou em acompanhar Guardado. O meia-atacante recebeu, com liberdade, passe de Castillo e rolou para Cacho, que, também sozinho, tocou para a rede.
Para aliviar a pressão, o Brasil conseguiu dar o troco logo na posse de bola seguinte. Ronaldinho cobrou escanteio da direita e Kléber, feito um centroavante, se antecipou no primeiro pau e chutou sem chances para o goleiro.
Apesar de ter empatado a partida e de a expectativa de que esse gol pudesse dar ânimo redobrado, o time brasileiro voltou desacelerado para a etapa final. Nos primeiros 15 minutos, foi o México quem teve mais posse de bola.
Então, para tentar dar mais ritmo à seleção, Dunga fez uma alteração drástica: tirou Love e mandou o meia Elano para campo - Kaká foi adiantado para jogar ao lado de Robinho. E deu certo.
A seleção voltou a ter o controle do jogo. À medida que trocou mais passes, sofreu mais faltas. E na bola parada com o jogo aéreo saíram boas opções. Aos 21min, Lúcio escorou e Robinho completou para Guardado salvar debaixo da trave. Depois, aos 24min, Edu Dracena cabeceou na pequena área, e o goleiro fez ótima intervenção.
Aos 34min, com bola rodando, Ronaldinho voltou a fazer ótimo lançamento. Ele dessa vez enxergou Maicon bem posicionado pela direita. O lateral cruzou, e Kaká aproveitou a sobra para virar o placar.
Mesmo com um menos devido à expulsão de Elano, o Brasil ampliou seu resultado quando Afonso recebeu pela direita e desencantou. Bateu bem, cruzado, tirando a bola do alcance de Ochoa. Foi seu primeiro gol na seleção.
MÉXICO 1 X 3 BRASILData: 12/09/07, quarta-feira
Local: Gillette Stadium, em Foxborough (EUA)
Árbitro: Baldomero Toledo (EUA)
Assistentes: CJ Morgante e Robert Fereday (EUA)
Cartões amarelos: Ronaldinho Gaúcho, Kléber e Kaká (BRA); Torrado e Guardado (MEX)
Cartão vermelho: Elano (BRA)
Gols: Cacho (MEX); Kléber, Kaká e Afonso (BRA)
México: Ochoa, Castro, Márquez, Magallón e Salcido; Torrado (Landín), Correa, Arce e Guardado; Cacho (Giovani dos Santos) e Castillo (Vela).
Técnico: Hugo Sánchez.
Brasil: Júlio César, Daniel Alves (Maicon), Lúcio, Edu Dracena e Kléber (Gilberto); Gilberto Silva (Josué), Mineiro, Kaká (Júlio Baptista) e Ronaldinho Gaúcho; Vágner Love (Elano) e Robinho (Afonso).
Técnico: Dunga.