
O Corinthians perdeu a chance de conquistar uma vitória em casa contra o lanterna do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, no Morumbi, o time alvinegro decepcionou sua torcida e foi derrotado por 3 a 0 para o Náutico, que deixou a última posição da tabela.
Com o resultado, a equipe do técnico Paulo César Carpegiani completa sete jogos sem vencer e termina a rodada na zona de rebaixamento, na 17ª posição, com apenas 14 pontos. A situação do treinador também fica delicada.
"Eu não posso responder sobre minha saída, isso é com os dirigentes. Fizemos um bom começo de campeonato e hoje nos encontramos em uma posição incômoda na tabela. Não estou abalado com isso, pois sei muito bem que pode ocorrer. Só tenho que pedir desculpas à torcida", disse Carpegiani, que momentos depois de conceder a entrevista coletiva foi assegurado no cargo pela diretoria.
Alheio a tudo isso, o Náutico passa a lanterna para o Flamengo, que perdeu por 1 a 0 para o Grêmio e ficou com oito pontos, enquanto os pernambucanos agora têm dez, na penúltima colocação. O triunfo, além de aliviar a situação alvirrubra, ainda é o primeiro sob o comando do técnico Roberto Fernandes, que substituiu Paulo César Gusmão.
Esta não foi a primeira vez no ano em que o Corinthians foi derrotado pelo Náutico diante de sua torcida. No fim de abril, os dois clubes se enfrentaram pela Copa do Brasil no Pacaembu e o time pernambucano também venceu por 2 a 0, eliminando a equipe do Parque São Jorge da competição na estréia de Paulo César Carpegiani.
A expectativa era de que o confronto desta vez fosse diferente. Com o apoio da torcida, que compareceu ao Morumbi em bom número (mais de 17 mil pessoas), muito por causa de promoção de uma empresa de alimentos, tudo indicava que o Corinthians encerraria seu jejum.
Uma mudança de última hora, porém, alterou o planejamento e, provavelmente, o desempenho em campo. No sábado, o lateral Pedro, sem motivo aparente, abandonou a concentração e foi vetado para a partida. Com isso, Carpegiani mudou todo o esquema de sua equipe.
Em vez de substituir o desfalque com Edson, da mesma posição, o treinador optou por colocar o ala canhoto Wellington em campo, deixando o time sem nenhum lateral-direito fixo. Sem a bola, Betão (que vinha atuando pela esquerda), caía pelo setor, e o volante Ricardinho (que fez sua estréia) e o atacante Arce se revezavam quando o time estava no ataque.
Sem um dos homens da dupla de ataque, Willian teve de se aproximar de Finazzi, que, por sua vez, deixou a área para auxiliar na armação. Por conseqüência, coube a Rosinei e Marcel Oliveira, volantes com mais liberdade, a saída de bola. Tudo isso contra apenas um atacante do outro lado, o estreante Ferreira.
O resultado foi um festival de passes errados. Só no primeiro tempo foram 62, segundo o
Datafolha, 29 do Corinthians e 33 do Náutico. Para piorar, o trio de zaga alvinegra batia cabeça e deixava as melhores oportunidades para os pernambucanos. Em uma delas, aos 42min do primeiro tempo, Ferreira se aproveitou de falha individual de Fábio Ferreira e marcou de cabeça.
Ciente das dificuldades no setor ofensivo, Carpegiani alterou a dupla de ataque no intervalo e promoveu a estréia de Júnior Negrão. A mudança aumentou o volume de jogo do Corinthians, mas não resolveu taticamente.
Aos 20min, Betão tentou afastar um cruzamento de Hamilton, mas a bola entrou na meta de Felipe e o juiz deu o gol para o lateral do Náutico. No fim do jogo, aos 45min, Felipe recebeu no meio dos zagueiros e chutou na saída do goleiro, ampliando o placar.
Na próxima quarta-feira, o time do Parque São Jorge vai até Santa Catarina para enfrentar o Figueirense, enquanto o Náutico recebe o Grêmio nos Aflitos, na reedição do confronto entre os dois clubes na Série B de 2005, quando a equipe gaúcha venceu por 1 a 0 depois de ter quatro atletas a menos.

0 x 3
CORINTHIANSFelipe; Fábio Ferreira, Zelão e Betão; Ricardinho, Marcelo Oliveira, Rosinei, Willian e Wellington (Dentinho); Arce (Wilson) e Finazzi (Júnior Negrão)
Técnico: Paulo César Carpegiani
NÁUTICOEduardo; Toninho, Onildo (Hamilton) e Breno; Sidny, Daniel Paulista, Tales, Elicarlos, Acosta e Júlio César (Felipe); Ferreira (Deleu)
Técnico: Roberto Fernandes
Local: Estádio Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Paulo Henrique Bezerra (SC)
Auxiliares: Carlos Berkenbrock e Alcides Zawaski Pazetto (SC)
Cartões amarelos: Toninho (N), Marcelo Oliveira (C), Ricardinho (C) e Hamilton (N) e Daniel Paulista (N)
Gols: Ferreira, aos 41min do primeiro tempo; Hamilton, aos 20min, e Felipe, aos 45min do segundo tempo