Era o encontro da defesa mais eficiente do Campeonato Brasileiro contra o segundo melhor ataque. O vice-líder ante o quarto colocado. Se a expectativa não era de uma final, aguardava-se, pelo menos, um jogo bem disputado, tanto que o público foi o maior de todo o torneio. O que aconteceu neste sábado, porém, foi o contrário. Em partida fraca tecnicamente e com poucas chances de gol para os dois lados, Corinthians e Paraná empataram por 0 a 0 no Morumbi e desperdiçaram chance de encostar na ponta.
Com o resultado, o time do Parque São Jorge chegou aos 12 pontos, dois a menos que o líder Botafogo, e permaneceu na segunda posição. Já o Paraná fez seu 11º ponto e empatou com o Vasco no terceiro posto, levando vantagem nos critérios de desempate (tem um gol a mais de saldo que o adversário).
Não bastasse o momento dos dois times no campeonato e a possibilidade de o Corinthians terminar a rodada como líder em caso de vitória, a torcida alvinegra ainda tinha um bom motivo para comparecer ao Morumbi: a promoção de uma empresa alimentícia que trocava pacotes de bolachas por ingressos. O resultado foi um público de mais de 34 mil espectadores.
Os torcedores presentes, no entanto, viram um time muito desfalcado. Sem contar com o camisa 10 Willian e Lulinha (seu reserva imediato), que estão servindo as seleções brasileiras de base, Paulo César Carpegiani teve de mexer muito na estrutura de sua equipe para tentar solucionar o problema da ausência do seu meia de criação.
Marcelo Oliveira, que vinha atuando como um ala-esquerdo, ganhou a função de armador do time. Para o lado canhoto o treinador deslocou Edson, lateral-direito de origem mas que atuou na posição no começo da temporada sob o comando de Emerson Leão. Na direita, o escolhido foi Pedro Silva, que tinha liberdade para atacar e recebia a cobertura de Betão, que praticamente foi um terceiro zagueiro.
Mais que as mudanças, a ausência de um meia de criação complicou a vida do Corinthians, pois Everton Santos e Finazzi acabaram ficando muito isolados. O resultado foi um primeiro tempo sem emoção, com o time da casa tendo dificuldades para criar oportunidades e o Paraná com o mesmo problema.
Para piorar a situação da equipe do Parque São Jorge, Fábio Ferreira e Finazzi, ambos com lesão muscular, deixaram o gramado antes do intervalo, e preocupam a comissão técnica alvinegra para a seqüência da competição.
Na segunda etapa, a entrada de Carlos Alberto no lugar de Edson, muito criticado pela torcida, melhorou o Corinthians. Com mais velocidade, os donos da casa chegaram a pressionar em busca do gol, mas o ataque não conseguiu converter o domínio em chances claras e o placar permaneceu inalterado.
Se não serviu para aproximar o Corinthians da liderança, a igualdade pelo menos fez o time atual igualar uma marca histórica de invencibilidade. Atualmente, o clube alvinegro está há 15 partidas sem perder (contando com jogos do ano passado e o deste sábado). A maior série sem derrotas do time do Parque São Jorge em todos os Campeonatos Brasileiros foi em 1993, quando ficou exatamente 15 confrontos sem revezes sob a direção de Mário Sérgio.
Na próxima rodada, o Corinthians irá até o Rio de Janeiro enfrentar o Botafogo, em partida inicialmente marcada para o próximo sábado mas que pode ter a data alterada porque o Maracanã não poderá ser utilizado devido aos Jogos Pan-Americanos. Já o Paraná receberá o Sport, na Vila Capanema, no dia seguinte.
0 x
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CORINTHIANSFelipe; Betão, Fábio Ferreira (Marcus Vinícius), Zelão e Edson (Carlos Alberto); Marcelo Mattos, Marcelo Oliveira, Pedro e Rosinei; Everton Santos e Finazzi (Clodoaldo)
Técnico: Paulo César Carpegiani
PARANÁFlávio; Daniel Marques, Neguette e Luís Henrique; Parral, Beto, Adriano, Vandinho (Joélson) e Márcio Careca; Josiel e Vinícius Pacheco (Weverton)
Técnico: Pintado
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (SC)
Auxiliares: Alcides Zawaski Pazetto e Claudemir Mafessoni (ambos de SC)
Cartões amarelos: Josiel (P), Marcelo Mattos (C), Parral (P), Beto (P) e Luís Henrique (P)